Cientistas criam ranking de bactérias intestinais que ajudam a saúde

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Uma pesquisa publicada na revista Nature na última quarta-feira (10/12) classificou centenas de bactérias intestinais de acordo com sua relação com a saúde e a dieta humana.

O estudo, conduzido por cientistas da ZOE Ltd. no Reino Unido e a Universidade de Trento, Itália, mostra quais bactérias estão mais associadas a indicadores favoráveis ou desfavoráveis à saúde e como elas se relacionam com padrões alimentares.

A investigação identificou trilhões de micróbios que influenciam a digestão, o sistema imunológico e o metabolismo. Segundo os pesquisadores, embora estudos anteriores tenham sugerido que a alimentação e o estilo de vida moldam essas comunidades microbianas, faltava uma análise que ligasse de forma consistente espécies específicas de bactérias a marcadores de saúde e qualidade da dieta.

Para preencher essa lacuna, os cientistas reuniram dados de mais de 34 mil participantes dos estudos ZOE Predict (série de ensaios clínicos realizados nos Estados Unidos e no Reino Unido), combinando informações sobre microbioma intestinal, hábitos alimentares, peso corporal e marcadores de saúde cardiometabólica.

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Como os cientistas criaram o ranking das bactérias

Com esse conjunto de dados, o grupo de pesquisadores desenvolveu dois sistemas de classificação: o Classificação de Saúde do Microbioma ZOE 2025 e o Classificação da dieta do microbioma ZOE 2025. Esses rankings atribuíram valores numéricos às espécies bacterianas com base na associação com saúde geral e qualidade da dieta.

No total, 661 espécies microbianas foram ranqueadas. Espécies com ranking mais favorável tendem a aparecer com mais frequência em pessoas com menor índice de massa corporal (IMC) e melhores perfis de saúde, enquanto aquelas com ranking desfavorável aparecem mais em grupos com obesidade e doenças.

Bactérias associadas a uma dieta mais saudável

  • Faecalibacterium prausnitzii.
  • Eubacterium siraeum.
  • Roseburia intestinalis.
  • Agathobacter rectalis.
  • Subdoligranulum variabile.
  • Coprococcus comes.
  • Blautia wexlerae.

Muitas delas pertencem a grupos bacterianos conhecidos por produzir ácidos graxos de cadeia curta, compostos associados à saúde intestinal e à redução de inflamação sistêmica.

Além da análise observacional, os autores observaram que, em ensaios clínicos de intervenção dietética com 746 participantes, mudanças no padrão alimentar que favoreciam uma dieta melhor foram acompanhadas pelo aumento de micróbios favoráveis e redução dos desfavoráveis ao longo do tempo.

O papel da alimentação na composição do microbioma

Embora o estudo não prove causalidade, ou seja, não demonstre que uma bactéria causa saúde melhor ou pior, ele fornece um mapa robusto das ligações entre o microbioma, a dieta e indicadores de saúde.

Esse tipo de ranking pode orientar futuras pesquisas e, possivelmente, intervenções nutricionais personalizadas focadas na saúde intestinal. Em termos práticos, os resultados reforçam a importância de padrões alimentares saudáveis.

Alimento ricos em fibras e alimentos vegetais tendem a favorecer micróbios associados a melhores indicadores de saúde, em oposição a dietas de baixa qualidade nutricional, associadas a bactérias ligadas a maior risco de doenças.

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