Há alguns anos, o câncer colorretal, também conhecido como de intestino, era visto como uma doença tradicional da população idosa. Porém, nas últimas décadas, os médicos vêm percebendo que os pacientes estão cada vez mais jovens. Estilo de vida desregrado, tabagismo, sedentarismo e dieta rica em ultraprocessados, gorduras e açúcares podem ajudar a entender a mudança no padrão do indivíduo com o câncer.
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Como toda neoplasia, o diagnóstico precoce é fundamental. Se a intervenção médica é feita ainda no início da evolução da doença, as chances de remissão são maiores. Porém, os sintomas são inespecíficos e muitas vezes passam despercebidos pelo paciente — principalmente o jovem, que não acredita ter idade para desenvolver câncer.
“Ele é silencioso. Nas fases mais avançadas surgem sintomas como alteração do ritmo intestinal (mudança no padrão das evacuações), afilamento das fezes, muco e/ou sangue nas fezes, anemia sem causa definida, perda de peso sem causa aparente, dores abdominais recorrentes”, explica a coloproctologista Geanna Resende, do Instituto Órion do Aparelho Digestivo, em Goiânia.
A médica ensina que, se o paciente não identifica os sintomas ou não tem casos na família, a melhor forma de identificar o câncer ainda nos estágios iniciais é o acompanhamento com um especialista. O consenso é que, a partir dos 45 anos, pessoas de todos os sexos passem por colonoscopias regulares.
Sintomas do câncer de intestino
- O câncer colorretal não apresenta sintomas em seu estágio inicial, e quando os sinais começam a surgir, em geral são inespecíficos.
- Quando o tumor causa sintomas, muitas vezes já está em uma fase mais avançada.
- Os sintomas mais comuns incluem alteração do ritmo intestinal, presença de sangue nas fezes, cólicas ou desconforto abdominal, sensação de empachamento, perda de peso e anemia.
- O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura.
“A maioria dos cânceres de intestino provém dos pólipos, tumores benignos que sofrem um processo de alteração celular (displasias) ao longo dos anos, até se transformarem em malignos. E estes pólipos também são assintomáticos”, conta. Quando identificados, é possível retirá-los durante a colonoscopia para evitar o desenvolvimento do câncer.
O câncer colorretal normalmente se desenvolve a partir do surgimento de pólipos benignos
Como prevenir o câncer colorretal
A oncologista Daiana Ferraz, da Cetus Oncologia, explica que a prevenção é chave para reduzir as chances de ter câncer colorretal. Alimentação saudável, com alimentos ricos em fibras, é uma das principais dicas para evitar a doença.
“Praticar exercícios físicos regularmente, controlar o peso, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool também são outros mecanismos preventivos importantes. Igualmente fundamental é fazer exames de rastreamento como a colonoscopia, essencial a partir dos 45 anos ou antes, caso haja histórico familiar da doença, e atentar-se aos sintomas, sem jamais deixar de buscar ajuda médica ao perceber qualquer sinal suspeito. O diagnóstico precoce e a prevenção podem salvar vidas”, afirma a médica.