O cantor Ozzy Osbourne morreu nesta terça-feira (22/7), aos 76 anos. Diagnosticado com Parkinson em 2020, o lendário vocalista do Black Sabbath passou os últimos anos de vida debilitado pelo avanço da doença. A causa da morte, no entanto, ainda não foi divulgada.
Ozzy enfrentava progressiva perda de mobilidade e saúde fragilizada por causa do Parkinson, o que o levou a cancelar turnês, como em 2023, quando admitiu estar “fisicamente fraco demais” para continuar se apresentando.
Mesmo assim, subiu em um palco pela última vez no início do mês, apenas 17 dias antes de morrer, durante um show de despedida do Black Sabbath. Na ocasião, o cantor apareceu sentado em um trono, com dificuldades para se mover.
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O Parkinson não é uma condição fatal, mas complicações relacionadas à doença podem levar à morte. O falecimento do roqueiro joga luz sobre os desafios enfrentados por pessoas que vivem com Parkinson, uma doença neurológica crônica e progressiva que afeta diretamente o controle dos movimentos.
Causada pela degeneração de células do cérebro responsáveis pela produção de dopamina — neurotransmissor fundamental para os movimentos voluntários —, a condição provoca tremores, rigidez muscular, lentidão para realizar tarefas simples e instabilidade postural. À medida que avança, compromete não só a mobilidade, mas também o bem-estar físico e emocional dos pacientes.
“A redução nos níveis de dopamina afetam diretamente a capacidade do cérebro de controlar os movimentos”, explicou o neurologista André Felicio, em entrevista ao Metrópoles. “Isso leva sintomas motores clássicos, como tremores, rigidez e lentidão, além de dificuldades para caminhar, manter o equilíbrio e realizar atividades do dia a dia.”
O que é o Parkinson?
- O Parkinson é uma condição crônica e progressiva causada pela neurodegeneração das células do cérebro.
- A ocorrência é mais comum entre idosos com mais de 65 anos, mas também pode se manifestar em outras idades.
- A doença atinge principalmente as funções motoras, causando sintomas como: lentidão dos movimentos, rigidez muscular e tremores.
- Os pacientes também podem ter: diminuição do olfato, alterações do sono, mudanças de humor, incontinência ou urinária, dor no corpo e fadiga.
- Cerca de 30% das pessoas que vivem com Parkinson desenvolvem demência por associação.
Ozzy Osbourne chegou a afirmar publicamente que tinha dias bons e ruins, mas que a doença o fazia sentir como se estivesse “andando com chumbo nos pés”. Nos últimos meses, chegou a depender de cadeira de rodas e precisou de apoio para se levantar.
A doença também afeta aspectos não motores, como sono, memória, pressão arterial e humor, o que contribui para a sensação de exaustão e dependência que tantos pacientes relatam.
Segundo o neurologista Bruno Tavares, os sintomas motores se tornam mais intensos conforme a doença progride. “A rigidez, por exemplo, pode evoluir para um quadro em que a pessoa já não consegue mais sair da cama ou da cadeira sem ajuda. E isso impacta diretamente sua autonomia e autoestima”, afirma.
Não há cura para o Parkinson, mas existem tratamentos medicamentosos e terapias que ajudam a controlar os sintomas. Em alguns casos, pode ser indicada a cirurgia de estimulação cerebral profunda, um procedimento que ameniza tremores e melhora a qualidade de vida.
No entanto, como no caso de Ozzy, nem sempre os recursos disponíveis conseguem frear o avanço da doença por completo.
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Ozzy Osbourne com sua bengala
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Ozzy Osbourne
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Ozzy era vocalista da banda Black Sabbath
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O cantor Ozzy Osbourne
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Saúde de Ozzy Osbourne
A trajetória do artista nos palcos foi marcada pela superação de diversos problemas de saúde, incluindo quedas, cirurgias na coluna e internações frequentes. A piora da saúde, causada pelo Parkinson, foi visível para os fãs, especialmente nos últimos shows, quando o cantor já se apresentava sentado, com dificuldades até para segurar o microfone.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem aproximadamente 4 milhões de pessoas no mundo com Parkinson, o que representa 1% da população mundial a partir dos 65 anos. No Brasil, estima-se que 200 mil indivíduos tenham a doença.
Ao expor publicamente sua luta, o roqueiro ajudou a dar visibilidade à importância do diagnóstico precoce, do suporte contínuo e do investimento em pesquisa para enfrentar a doença.
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