A tensão pré-menstrual (TPM) é um conjunto de sintomas físicos e emocionais que ocorrem nos dias que antecedem a menstruação e geralmente acabam com o início do fluxo menstrual. Os sintomas mais comuns são alterações de humor, fadiga, inchaço, alterações no apetite, insônia, dificuldade de concentração e cólicas abdominais.
Apesar de ser comum, ainda não é simples diferenciar a TPM intensa de outros problemas de saúde nem saber quais tratamentos realmente ajudam. Existem várias abordagens possíveis, e as mais eficientes combinam medicamentos, ajustes hormonais e estratégias que organizam rotina, sono e saúde mental.
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Como diferenciar TPM intensa da comum?
A TPM é considerada intensa quando os sintomas comprometem estudo, trabalho, relações pessoais e tarefas do dia a dia. Em quadros mais severos, como o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), o padrão de piora ocorre sempre na segunda metade do ciclo, com alívio após o início da menstruação.
Por isso, manter um diário por pelo menos dois ciclos é essencial para confirmar a relação entre sintomas e fase do mês. Sem esse registro, é comum interpretar de forma errada sinais que não têm causa hormonal.
“Muitas mulheres acreditam que vivem uma TPM intensa, mas só com o diário conseguimos identificar se há realmente uma ciclicidade ou se o quadro aponta para outra causa, como ansiedade, depressão ou problemas da tireoide”, explica a ginecologista e obstetra Jéssica Othon, da Maternidade do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
Além disso, condições diferentes podem causar irritabilidade, fadiga, dor de cabeça e oscilações de humor semelhantes às da TPM. Observar a tireoide, níveis de ferro, vitamina B12 e vitamina D ajuda a excluir outras causas. Em casos atípicos, a avaliação psiquiátrica também pode ser indicada.
O melhor tratamento para TPM intensa, segundo a ciência
Entre as opções mais eficazes para controlar a TPM intensa e o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) estão alguns tipos de antidepressivos usados em doses específicas, como os da classe dos inibidores de serotonina (ISRS).
Eles ajudam a regular os circuitos responsáveis pelas emoções e irritabilidade nas semanas que antecedem a menstruação. Em muitos casos, já trazem melhora no primeiro ciclo. Outra estratégia eficaz é o uso de métodos hormonais que impedem a ovulação.
Com eles, o corpo deixa de passar pelas oscilações naturais do ciclo e os sintomas tendem a ficar mais controlados. Para quem sente piora justamente na pausa da pílula, versões com intervalos menores ou até o uso contínuo podem melhorar bastante o padrão dos sintomas.
“O tratamento só funciona de verdade quando é individualizado. Cada mulher reage de um jeito às oscilações hormonais, e mapear esses padrões ajuda a escolher desde o método hormonal ideal até a forma mais segura de usar antidepressivos quando necessário”, destaca a ginecologista Helga Marquesini, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Papel da rotina e da saúde mental
As terapias comportamentais, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, ajudam a compreender padrões emocionais, gatilhos e formas de reagir à essas oscilações hormonais. Equilíbrio entre sono, atividade física regular e alimentação que reduz gases e inchaço também ajudam.
Técnicas de respiração, controle do estresse e organização do descanso têm efeito reconhecido, principalmente quando associadas a outros tratamentos. Exercícios físicos regulares mostram melhora após quatro a seis semanas, enquanto intervenções terapêuticas costumam apresentar resultados entre seis e oito semanas.
Hábitos como atividade física, boa alimentação e terapia ajudam a reduzir os sintomas da TPM
Suplementos e fitoterápicos ajudam na TPM?
Embora sejam populares, os suplementos variam bastante em qualidade e eficácia. O vitex agnus-castus é o fitoterápico mais estudado e pode ajudar em TPM moderada, mas não é suficiente nos casos mais severos. Outros, como óleo de prímula e cúrcuma, têm evidências limitadas.
O tratamento certo costuma trazer alívio entre um e três ciclos, dependendo da combinação escolhida. A recomendação é que o plano seja individualizado, construído com base no histórico de cada mulher e nas características dos sintomas.
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