Hepatologistas contam os piores alimentos que causam gordura no fígado

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Uma das condições que mais tem afetado a população na atualidade é a esteatose hepática. Também conhecido como gordura no fígado, o quadro acontece quando há o acúmulo expressivo de gordura nas células hepáticas. A alimentação está entre os principais fatores de risco.

Por ser uma condição silenciosa, o diagnóstico nem sempre ocorre nas fases iniciais. Sem o tratamento adequado, a gordura no fígado pode evoluir para inflamação, fibrose, cirrose e insuficiência do órgão. Em casos mais graves, até câncer hepático.

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De acordo com hepatologistas entrevistados pelo Metrópoles, não existem um alimento vilão, mas quando a dieta desregrada é combinada com um estilo de vida pouco saudável, com poucos exercícios físicos diários e o consumo de bebidas alcoólicas em excesso, os alimentos podem elevar o risco do quadro hepático.

É importante lembrar que o fígado é responsável por participar de grande parte dos processos metabólicos do corpo humano, incluindo a digestão de gorduras, absorção de nutrientes e eliminação de substâncias, sendo considerado imprescindível para o funcionamento do organismo.

“Controlar fatores que favorecem o acúmulo de gordura no fígado ajuda a regular também a síndrome metabólica e a resistência insulínica. Isso reduz o acúmulo de gordura hepática e evita sua progressão. A esteatose pode avançar para fibrose, cirrose e até câncer de fígado, por isso é fundamental intervir nesses hábitos”, aponta o hepatologista Adriano Moraes, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.

Piores alimentos para o fígado

  • Açúcares simples (refrigerantes, sucos industrializados, doces e sobremesas): em excesso, a frutose — especialmente a adicionada — é rapidamente convertida em gordura pelo fígado.
  • Carboidratos refinados (pão branco, massas, salgados e ultraprocessados): elevam glicose e a insulina, ampliando a síntese de gordura hepática.
  • Gorduras trans e saturadas em excesso (frituras, fast-food e carnes processadas): responsáveis por aumentar resistência insulínica e inflamação.
  • Bebidas alcoólicas: mesmo em quantidades consideradas “sociais”, potencializam a deposição de gordura e pioram inflamação.

4 imagensA condição de gordura no fígado acomete 30% da população mundialAlterações na função hepática podem provocar distúrbios do sono, como insônia, sonolência diurna e ciclos de descanso irregularesNo início, as manifestações costumam ser inespecíficas, como cansaço, fraqueza, perda de apetite, náuseas, sensação de inchaço abdominal ou desconforto do lado direito do abdomeFechar modal.MetrópolesA esteatose hepática é popularmente conhecida como gordura no fígado1 de 4

A esteatose hepática é popularmente conhecida como gordura no fígado

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A condição de gordura no fígado acomete 30% da população mundial

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Alterações na função hepática podem provocar distúrbios do sono, como insônia, sonolência diurna e ciclos de descanso irregulares

Science Photo Library - SCIEPRO/Getty ImagesNo início, as manifestações costumam ser inespecíficas, como cansaço, fraqueza, perda de apetite, náuseas, sensação de inchaço abdominal ou desconforto do lado direito do abdome4 de 4

No início, as manifestações costumam ser inespecíficas, como cansaço, fraqueza, perda de apetite, náuseas, sensação de inchaço abdominal ou desconforto do lado direito do abdome

Magicmine/Getty Images

Como esses alimentos impactam o acúmulo de gordura hepática

O fígado é o órgão responsável por receber e processar praticamente tudo que ingerimos, qualquer excesso no órgão traz prejuízos. A hepatologista Natália Trevizoli explica que, em grandes quantidades, açúcar, álcool ou gordura provocam três situações: aumento da lipogênese hepática (processo de criar gorduras a partir do excesso de carboidratos e outras fontes de energia) e resistência à insulina e inflamação metabólica (inflamação que atrapalha as funções do copo).

“O fígado transforma esse excesso em gordura e o corpo passa a armazená-la. Assim, o tecido hepático fica mais vulnerável e perde a capacidade de metabolizar gorduras. Com o tempo, isso favorece a evolução para inflamação, fibrose e, em casos avançados, cirrose”, diz a especialista do Hospital Brasília.

Identificar problemas na alimentação e diminuir ou retirar os hábitos alimentares que favoreçam a esteatose hepática é essencial para evitar o avanço da doença. “O fígado é extremamente responsivo ao estilo de vida — tanto para pior quanto para melhor. Uma alimentação adequada reduz rapidamente resistência insulínica, inflamação e acúmulo de gordura”, ressalta Natália.

Normalmente, ao adotar mudanças consistentes no estilo de vida, é possível observar melhora significativa na quantidade de gordura no fígado em cerca de três a seis meses. No entanto, o tempo pode variar, a depender da gravidade do caso e de cada organismo.

Como reduzir a gordura no fígado

A receita para evitar a condição hepática é simples: mudar o estilo de vida. Com ajustes certeiros, incluindo melhorar os hábitos alimentares, praticar exercícios físicos com regularidade e reduzir o consumo de álcool, é possível mudar o cenário.

Moraes diz que padronizar o horário das refeições e até a realização de jejum intermitente são práticas que também podem ajudar. Segundo ele, alimentar-se perto do horário de descanso, especialmente com grandes quantidades de açúcar e gordura, dificulta a digestão e o metabolismo, facilitando o acúmulo de gordura no fígado.

“O jejum intermitente tem benefícios comprovados na redução da gordura hepática. Isso acontece porque, ao passar períodos longos sem se alimentar — especialmente quando a pessoa para de comer mais cedo à noite —, há menos tempo disponível para acumular gordura”, afirma o hepatologista.

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