A partir da próxima terça-feira (1º/7), a vacina de reforço contra meningite oferecida a bebês de 12 meses será substituída por uma versão mais abrangente: a meningocócica ACWY.
Com a mudança, além da proteção contra o sorotipo C, as crianças também estarão protegidas contra os sorogrupos A, W e Y da bactéria Neisseria meningitidis. O microrganismo é responsável por formas graves de meningite e infecções generalizadas, como a meningococcemia.
A decisão foi informada pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (26/6), por meio da nota técnica, e faz parte de uma estratégia nacional de enfrentamento das meningites até 2030.
O que é a meningite?
- A meningite é a inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
- A doença é endêmica no Brasil, o que significa que casos são esperados ao longo de todo o ano, com surtos e epidemias ocorrendo ocasionalmente.
- Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta.
- Também ocorre a transmissão fecal-oral, através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes.
- Os principais sintomas da meningite incluem febre alta, dor de cabeça intensa e rigidez na nuca, além de outros sintomas como náuseas, vômitos e sensibilidade à luz.
- Em bebês, pode haver irritabilidade, dificuldade de alimentação e sonolência. Casos graves podem apresentar convulsões, confusão mental e manchas vermelhas na pele.
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Esquema de vacinação continua o mesmo
O esquema básico de imunização contra meningite em bebês segue mantido: duas doses da vacina meningocócica C (conjugada), aplicadas aos 3 e aos 6 meses de idade.
A novidade está na dose de reforço, feita aos 12 meses, que agora passará a ser feita com a versão ACWY, cobrindo quatro tipos da bactéria ao invés de apenas um.
Crianças que perderam a dose de reforço aos 12 meses ainda poderão recebê-la até os 4 anos e 11 meses. As que já receberam o reforço com a vacina meningocócica C não precisarão ser revacinadas.
Proteção mais ampla
Apesar da queda na incidência de meningite em pessoas vacinadas — um efeito observado desde a introdução das vacinas conjugadas —, o Ministério da Saúde reforça que a doença continua sendo motivo de atenção, especialmente por sua gravidade e potencial letal.
A troca da vacina visa ampliar a proteção da população infantil diante de mudanças no perfil dos sorotipos circulantes no país.
Além da vacina meningocócica, o SUS também oferece imunização gratuita contra outros agentes que causam meningite bacteriana, como o pneumococo e o Haemophilus influenzae tipo b.
A ampliação da proteção na infância é considerada uma estratégia fundamental na meta de reduzir significativamente as mortes e complicações causadas pela doença até o fim da década.
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